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Impactos da transformação digital nas empresas brasileiras nos últimos anos
- 15 de março de 2023
- Posted by: Lab Persona
- Category: Marketing Digital
A transformação digital (TD) nas empresas já é uma realidade. Se a poucos anos a digitalização era vista como um caminho natural de evolução mercadológica, agora ela se tornou uma necessidade para os negócios que desejam manter sua competitividade.
As tecnologias se tornam cada vez mais acessíveis e difundidas entre os empreendedores. Ao mesmo tempo, a geração atual de consumidores também prioriza os benefícios que elas oferecem nas suas relações com os negócios.
Isso sem falar nas necessidades impostas pela pandemia de covid-19. Elas aceleraram o processo de transformação digital durante o período de distanciamento social e consolidaram suas ferramentas nas relações de trabalho e de consumo.
Mas, afinal, quais são os objetivos e influências desse movimento? Como ele impacta as organizações e quais são os seus principais desafios? Qual o cenário transformacional brasileiro? Neste artigo, você vai ficar por dentro dos detalhes mais relevantes sobre o tema.
Qual o objetivo da transformação digital nas empresas?
Como citamos, a tecnologia tornou-se decisiva para agregar mais inteligência, precisão e competitividade aos negócios. Simultaneamente, ela é cada vez mais exigida pelos consumidores, que já se acostumaram às vantagens das soluções digitais em suas rotinas.
A digitalização dos processos operacionais e de gestão agora dita os padrões de mercado. Isso significa que as companhias que negligenciam as principais soluções tecnológicas atuais se tornaram menos eficientes diante da concorrência e menos atrativas perante seus clientes.
Nesse sentido, o grande objetivo da transformação digital nas empresas é justamente adaptar sua cultura interna, seus modelos de trabalho, suas práticas gerenciais e seu posicionamento mercadológico às inovações que já estão transformando o mundo ao seu redor.
Como resultado desse movimento transformacional, as lideranças corporativas tornam-se capazes de otimizar seus procedimentos, conduzir os negócios de maneira mais assertiva e aprimorar a experiência dos seus clientes e talentos.
Há alguns anos, potencializar resultados com o apoio da tecnologia era restrito às grandes corporações. Atualmente, essa possibilidade é acessível aos empreendedores de todos os portes. Mais do que isso: a informatização tornou-se um requisito para ser competitivo.
Não por acaso, a transformação digital nas empresas brasileiras segue consolidando-se em diferentes portes e setores. Segundo uma pesquisa divulgada pela Forbes, 76,2% das companhias já estão desenvolvendo ou implementaram uma estratégia de digitalização no país.
Para entender porque a TD se tornou a maior tendência do mercado contemporâneo, é fundamental compreender os dois grandes movimentos mercadológicos e culturais que a impulsionam em todo o planeta. São eles:
Indústria 4.0
A Indústria 4.0 se refere ao atual momento do segmento produtivo. Seu primeiro registro oficial data do começo da década de 2010. Trata-se de uma menção em um plano do governo alemão para automatizar toda a produção do país.
Seu foco é que as operações fabris sejam baseadas em computadores e equipamentos automatizados. Eles devem ter o mínimo de intervenção operacional humana. Hoje, o conceito de Indústria 4.0 se refere à quarta revolução industrial que está acontecendo em todo o mundo.
Basicamente, trata-se de um novo paradigma de produção nas empresas. Nele, as tecnologias são integradas tanto ao chão de fábrica quanto aos processos de administração. O objetivo é otimizar o modo com que as organizações fabricam, otimizam e distribuem suas mercadorias.
Algumas inovações são tidas como pilares desse modelo de transformação digital nas empresas. Entre elas, destacam-se o cloud computing, a Internet das Coisas (IoT), a inteligência artificial, o machine learning e o Big Data.
Sociedade 5.0
Enquanto a Indústria 4.0 se refere aos impactos da transformação digital nas empresas e aos novos modos de produção e distribuição do mercado, a Sociedade 5.0 descreve como as pessoas devem ser influenciadas por essas revoluções na cadeia de consumo.
Em termos gerais, trata-se de uma proposta de organização social em que as tecnologias supracitadas (como Internet das Coisas, IA, Big Data, etc.) são utilizadas para viabilizar soluções capazes de atender às necessidades humanas.
Se a digitalização pode otimizar modelos de gestão, dinamizar as relações de mercado e promover inovações em termos de produtos e serviços, ela também deve atuar para atender às demandas dos indivíduos em tempo real, garantindo mais bem-estar e qualidade de vida.
O conceito surgiu inicialmente em 2016, quando o governo japonês lançou o seu 5.º Plano Básico de Ciência e Tecnologia. Neste documento, a Sociedade 5.0 é descrita como o modelo que o Japão deveria aspirar para o futuro.
Atualmente, o mundo passa por um momento de transição. O estágio tecnológico de hoje é chamado de Sociedade da Informação (4.0). Agora, o desafio é garantir que a interconexão e as facilidades tecnológicas sejam cada vez mais pautadas nas demandas das pessoas.
Desafios e impactos da transformação
Evidentemente, o processo transformacional está diretamente ligado à tecnologia. Contudo, ele também vai muito além da implementação do Big Data, IoT, IA, Cloud Computing, softwares empresariais como ERPs, entre outras soluções.
Na verdade, os recursos digitais citados são simplesmente meios para promovê-la. Entre os grandes desafios da transformação digital nas empresas, estão as mudanças culturais dentro das organizações.
Afinal, é imprescindível que líderes, gestores e talentos sejam devidamente capacitados e estejam engajados com o tema. Sem a adaptação dos valores das empresas e o fit cultural dos colaboradores, as inovações dificilmente surtem efeito.
Afinal, a tecnologia é apenas uma ferramenta. Cabe às pessoas utilizá-la da melhor forma e atuar com uma visão sempre voltada às suas possibilidades e evoluções. Para superar as barreiras que ainda permanecem, é importante prezar por uma cultura orientada ao:
Uso de dados
Os sistemas e equipamentos estão cada vez mais conectados, os limites entre os ambientes físicos e virtuais são gradativamente menores e as fontes de dados são abundantes. Nesse contexto, o uso inteligente de informações é altamente estratégico.
Diante do imenso volume de dados atualmente disponíveis, um dos grandes desafios das organizações está em armazenar e utilizar as informações em prol de uma gestão mais ágil, assertiva e colaborativa.
Além de sistematizar as cadeias de dados, prezar pelo seu devido tratamento nos canais das empresas e viabilizar análises automatizadas, também é preciso ter atenção aos novos marcos regulatórios sobre o tema, como a LGPD (Lei Geral de Proteção aos Dados).
Automação dos processos
Implementar a automação nas cadeias produtivas é outro desafio inerente à transformação digital nas empresas. Seu papel é viabilizar a escalabilidade dos negócios. A meta é conseguir aumentar a capacidade de produção e os padrões de qualidade simultaneamente.
Mais que favorecer a excelência e a abrangência vendida aos clientes, os processos automatizados também devem impactar positivamente os trabalhadores. Afinal, eles podem simplificar rotinas, eliminar tarefas repetitivas e promover um maior foco estratégico.
Na medida em que os dados viabilizam rotinas mais precisas e inteligentes, e que a automação torna os negócios mais escaláveis, as empresas conseguem alcançar o nível de otimização previsto na Indústria 4.0 e de suprimento das necessidades humanas na Sociedade 5.0.
Valorização do capital humano
Por fim, antes mesmo de investir em ferramentas tecnológicas, a transformação digital nas empresas depende de investimentos no capital humano das organizações. Trata-se de uma questão diretamente ligada ao aspecto cultural que citamos anteriormente.
Para começar, dados publicados pela FGV apontam que o déficit de profissionais de TI pode chegar a meio milhão até 2025. Ou seja, se a capacitação dos profissionais não for motivada pelas próprias empresas, o processo transformacional pode ter seu ritmo comprometido.
O segundo ponto é que é preciso ir além das habilidades técnicas. Também é fundamental desenvolver competências comportamentais. Os profissionais devem ser capazes de integrar-se à cultura de inovação e promovê-la em suas rotinas.
Transformação digital e cenário brasileiro
O cenário da transformação digital nas empresas brasileiras pode ser entendido a partir de diferentes perspectivas. Assim, é importante analisar a infraestrutura e o acesso às tecnologias no país, seus esforços de pesquisa e inovação, além da sua confiança nos ambientes digitais.
Nesse sentido, alguns dos indicadores mais valiosos sobre o contexto atual estão no documento Estratégia Brasileira para a Transformação Digital. Conhecido como E-Digital, ele foi elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com o apoio dos membros do Grupo de Trabalho Interministerial responsável pela sua elaboração.
Trata-se de uma proposta de estratégia de longo prazo para fomentar a economia e o futuro digital do Brasil. Confira abaixo os principais dados que resumem o cenário nacional e algumas perspectivas de evolução apontadas pelo E-Digital:
Infraestrutura e acesso às tecnologias
O avanço da internet no país foi favorecido nos últimos anos. Afinal, a população brasileira é majoritariamente urbana e concentrada. 86% dos brasileiros vivem em 58% dos municípios, o que é um fator determinante para a evolução da infraestrutura digital nacional.
O percentual de domicílios com acesso à rede varia de 40% a 64%, conforme cada região. Na média, metade dos domicílios tem internet no Brasil. Contudo, o que mais beneficia a acessibilidade online é a contínua expansão das redes de acesso 3G e 4G, somadas à disponibilidade de dispositivos móveis de baixo custo.
A tendência de acessibilidade por parte dos consumidores impulsiona a transformação digital nas empresas. Segundo pesquisa publicada pela FGV, os investimentos em TI representaram 8,7% da receita dos negócios em 2021/22 e continuam com perspectivas de crescimento.
Pesquisa, desenvolvimento e inovação
De acordo com o E-Digital, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são os principais vetores econômicos e sociais contemporâneos. Por isso, investir em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) é fundamental no país.
Esse tipo de investimento fortalece a participação nacional nas cadeias mundiais de valor. Além disso, trata-se de um meio para impulsionar a renda, promover empregos, estimular a economia e garantir o acesso à informação para os cidadãos.
Os investimentos nacionais em P&D como proporção do PIB ainda estão distantes dos países líderes. Contudo, o Brasil está alinhado aos países europeus. No país, a média é de 1,27%, enquanto na União Europeia é de 1,95%.
Já na OCDE, a média é de 2,39%. Os destaques são as nações em que esse percentual ultrapassa os 3,5%. Trata-se da Coreia (4,28%), Israel (4,27%) e Japão (3,58%). Nesses países, as empresas do setor de TICs representam em média 24,7% do total dos investimentos empresariais em P&D. No Brasil, esse índice é de 14,6%.
Ou seja, o potencial do país ainda é pouco explorado. Diante disso, a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital aponta que as políticas públicas devem estimular os investimentos em PD&I, na produção de tecnologias e na modernização do tecido produtivo nacional.
Confiança e ambiente digital
Por fim, o E-Digital aponta que é imprescindível que a internet seja um espaço seguro e confiável. Afinal, é isso que a torna um ambiente propício aos serviços e ao consumo. Essas são características imprescindíveis para viabilizar a transformação digital nas empresas.
Por mais que muitas pessoas ainda vejam os canais online como separados da vida cotidiana, essa barreira é cada vez mais tênue. Com o crescente volume de movimentações financeiras, transações comerciais e prestação de serviços na internet, ela já é parte da rotina das pessoas.
Portanto, a garantia de direitos aos cidadãos nos ambientes digitais é a base para o processo transformacional. Felizmente, o Brasil está avançado nessa área, por meio de regulações como o Marco Civil da Internet, a LGPD e a própria Infraestrutura de Chaves Pública (ICP-Brasil), que confere conformidade e segurança no ambiente digital para as organizações.
Contudo, o E-Digital ainda aponta que avanços podem ser feitos. Nesse sentido, é ressaltada a necessidade de cooperação entre instituições públicas e agentes do mercado para a plena proteção dos direitos humanos nos espaços digitais.
Já no campo consumerista, o documento aponta como desafio otimizar os recursos de proteção do consumidor. Para isso, a defesa dos direitos de acesso, confiança, transparência e responsabilização deve estar no centro dos debates.
Mesmo que o Brasil ainda tenha muitos pontos passíveis de melhorias, a transformação digital nas empresas já dita os rumos do mercado. Aos empreendedores, cabe posicionar-se da maneira correta para aproveitar ao máximo suas possibilidades. O Lab Persona é especialista em Marketing de Conteúdo e pode ajudar a sua empresa a se destacar nesse novo mundo repleto de oportunidades. Clique aqui e saiba mais sobre as nossas soluções.